quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nossa "Prisão Social"


Disseram-me certa vez que nascemos em uma prisão, que por mais que pensássemos em liberdade, a grande maioria de nós estaria condenada a viver aprisionada. Depois de certo tempo, pude entender que essa não era uma prisão comum e sim uma prisão de mentes. Ou seja, estaríamos privados de liberdade e não sabíamos disso. Estamos presos em um sistema que atinge todo e qualquer segmento social, regendo-nos por forças “ocultas”, criadas e formuladas para disseminar todo tipo de crenças, dogmas, ideologias, religiões e visões de mundo. Eles seriam os criadores de nossas angustias, anseios e necessidades e sonhos e por meio deles, os mandatários do sistema nos anestesiam e nos controlam para que não percebamos a verdadeira face da realidade e assim não causemos caos à ordem vigente.

Por conseguinte, existiriam ainda outros elementos que comportariam nossa “prisão social”, determinando e manipulando nossas vontades, nosso modo de interagir com o meio que nos cerca, fazendo-nos acreditar que seriamos detentores de nossas escolhas e vontades. Assim, de acordo com esse ponto de vista, o “sistema” nos engana e nos rege impondo-nos suas “verdades” e punindo qualquer um que atente contra seu padrão social.

Se considerássemos o que foi dito acima, poderíamos ver claramente alguns exemplos no qual seria constituída nossa “confortável” “prisão social”: pessoas padronizadas com o mesmo modo de pensar, de ver e de interagir com o mundo, agindo de determinadas maneiras sem ao menos questionarem porque fazem isso ou aquilo. Se parássemos e pensássemos um pouco, (pena que isso só vale para aqueles que fugiram da prisão) perceberíamos tudo isso.

A verdadeira liberdade (adquirida pela curiosidade e aquisição de conhecimento) foi banida da “prisão social” e aqueles que reivindicarem por ela, correrá o risco de ser taxado de louco ou sofrerá as punições impostas pelos donos do poder. Infelizmente quem vive ali perdeu a capacidade de questionamento, tornando-se apáticos e incapazes de lutar por mudanças. Assim é a rotina daqueles que vivem na masmorra social onde a curiosidade e a busca pelo conhecimento foram banidos.

Por fim, a “prisão social” da qual se falou aqui, nada mais é que, o reflexo da sociedade contemporânea. As mazelas que vivenciamos atualmente é conseqüência do egoísmo, da dissimulação, do interesse e da ambição, que impera em nosso tempo e não respeita a ética, o meio ambiente, o bem comum, fazendo do ser humano um mero escravo dos interesses materiais e do capitalismo desenfreado.

Kico Seridó.

Um comentário:

  1. Olá, Kico Seridó!
    Na busca por qualidade de serviços públicos, a sociedade civil fica privada pelos seus direitos de usufruir o bem público.
    De acordo com o Art. 1º e 3º da CF - a sociedade deve exercer seu poder popular e participar do processo de planejamento, elaboração, controle e avaliação das políticas públicas, assumidas como objetivos do Estado Democrático de Direito.
    E a propria sociedade fica privada de seus direitos e submetida aos interesses individuais.
    Mas há mudança para todo esse histórico - mudança de atitude, através do conhecimento.

    Abraços,

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