domingo, 30 de maio de 2010

Por que escrever?


Questionado sobre o qual o motivo de tentar expressar através de palavras escritas, as diversas opiniões a respeito dos mais variados assuntos, não soube formular de modo direto ou concreto o que me levava a escrever.

Talvez o faça pela necessidade de “liberdade”, ou quem sabe, para fugir dos mais diversos e inquietantes pensamentos que insistem em me perseguir. Isso acontece num fluxo tão intenso que ainda não sei objetivamente explicar.

Como bem disse outrora Clarice Lispector: “Não se faz uma frase. A frase nasce”. Também assim acontece comigo. Não escrevo textos, eles nascem! Pode parecer estranho, mas é isso o que acontece quando materializo em palavras os mais diversos pensamentos e ideias.

Escrever me é um processo constante, ao mesmo tempo angustiante e acalentador. Quando escrevo, permito-me pensar e repensar minhas experiências – pessoais profissionais e sociais –, e ainda tenho a liberdade questionar, interrogar, reivindicar e até mesmo criticar a realidade que me cerca como também a mim mesmo.

Não que isso me seja impossível em outros meios ou contextos. Claro que também faço isso em outras áreas além da escrita. Porém, quando escrevo, tento chegar o mais próximo possível daquilo que penso sobre determinado fato, pessoa ou assunto, e desse modo, posso expressar meus pensamentos mais objetivamente naquele momento sem ser traído por minhas próprias palavras.

Kico Seridó

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nosso consumismo diário: necessidade ou futilidade??


Conversando com um amigo outro dia, ouvi dele que as ações do mercado mundial, do capital especulativo financeiro influenciam de maneira direta e indireta nossas interações pessoais, econômicas, políticas e sociais. Disse-me ainda que, sendo este um processo dinâmico e intenso, deveríamos ter o extremo cuidado diante do imperativo consumista ao qual estamos sendo expostos diariamente.

Disse-lhe que nas sociedades capitalistas o imperativo comercial tenta a todo custo padronizar o ser humano, suplantando barreiras culturais, sociais e psicológicas, visando apenas o consumo de seus produtos e serviços. Percebam que a cada novo dia um novo produto nos é apresentado, prometendo-nos um ideal de vida com muito mais facilidade, conforto etc. Diante disso, as pessoas vivem numa corrida desenfreada, na busca por novos produtos, deixando de lado suas identidades e tornando-se dependentes das necessidades que o mercado lhes cria.

Poderíamos então pensar: será que não estamos fazendo uso de excesso, de coisas fúteis ou desnecessárias? Esse um questionamento que considero importante fazer, devido à imposição dessa crescente “necessidade” de consumo a que estamos expostos diariamente.

Portanto, disse-lhe, se não pararmos e refletirmos sobre a verdadeira funcionalidade, e a real utilidade daquilo que consumimos, se não tomarmos cuidado, não apenas as pessoas ditas “escravas” desse consumismo desenfreado sofrerão as consequências, mas todos nós penaremos diante da irresponsabilidade descarada e do egoísmo que sustenta essa atual sociedade, onde os maiores valores do ser humano se resumem ao seu poder de compra e consumo.
Kico Seridó.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O “BBB” e o Povo Brasileiro



É muito difícil impor igualdade social a um país como o nosso, pois temos de um lado uma classe política que aliada aos grandes detentores do capital financeiro, fazem uso da grande mídia, da imprensa nacional e dos mais variados segmentos com poder de formar e influenciar a opinião pública, mascarando assim, nossa realidade social em função de seus próprios interesses.

Contrariando as reais necessidades da população, eles fazem uso dos seus aparatos para manterem sua privilegiada posição socioeconômico. Para que esses “mandatários do sistema” obtenham êxito no processo de mascaramento da realidade, entra-se em cena a grande mídia brasileira, com os seus programas e seus formadores de opiniões, defendendo os interesses do grande capital.

Não se dando conta do “jogo” mercadológico em que está inserido, o povo absorve e aceita tudo que lhes é imposto por essa grande mídia. Com isso, “os donos do poder" delimitam o que será discutido na imprensa nacional, selecionando intencionalmente os mais variados fenômenos ou acontecimentos. O pior é que tudo isso nos é apresentado seguindo apenas os interesses do mercado.

Diante do que foi dito acima, gostaria de citar um fato que muito me chama atenção: os “reality shows”, programas de grande audiência no país. Enquanto a grande mídia nos diz o que fazer ou o que pensar, uma pequena minoria de privilegiados veem suas contas bancárias cada vez mais rentáveis, enquanto o povo fica a margem, anestesiado e sedento de curiosidade para saber que ganhará o grande prêmio dos referidos programas.

Muitos são os elementos usados por aqueles que estão no poder com o intuito de enganar essa imensa massa populacional e fazer desta um contingente passivo e acrítico de sua condição social. Cita-se aqui o exemplo do “BBB” (Big Brother Brasil) apenas como ilustração, pois ao invés de se questionar e reivindicar por direitos e deveres, parte da população usa o seu tempo livre em frente à televisão vendo programas que em nada contribuem de importante em suas vidas.

O que se fazer diante de tal situação? Dir-se-ia que quase nada pode ser feito por essa gama de “miseráveis”, vitimas desse sistema, pois eles não possuem os elementos que lhes possibilitem fazer uma análise crítica de sua própria condição social e quando podem, não detêm os meios para reverter tal situação. Muitos deles dirão (inocentemente) que estão na condição em que se encontram por que seu “Deus quer assim”. Pobre desse Deus, sendo quase sempre responsabilizado pelas injustiças das ações humanas.

O que acaba de ser dito acima pode parecer um julgamento simplista e muitos com certeza dirão que o é, porém uma coisa é certa, enquanto continuarmos inertes frente à realidade que nos é apresentada, enquanto não criarmos uma consciência crítica do que vivenciamos e consumimos, os chefões da política, os donos do capital financeiro e as grandes mídias continuarão mandando e manipulando toda essa massa de “miseráveis” vitimas desse sistema.

O pior é que programas do tipo supracitado nunca mostram a parte podre do cenário político, social e econômico nacional, sequer questionam o real contexto social vivido no país. No mais, a quem achar baboseira que foi dito neste texto, fica o conselho: esqueça tudo o que aqui foi exposto vá assistir seu reality show de cada dia e seja “feliz”.
Kico Seridó

A batalha dos Homens e Suas Religiões


Que estrada nos mostrará o caminho a ser seguido? Tantas crenças, tantas verdades e muitas são as promessas. Os homens professam sua fé, acreditam que estão no caminho certo, mas por vezes, agem de maneira contrária. Teorizam sobre a bondade, porém fazem uso da maldade, da hipocrisia e da desigualdade como meio para atingirem seus fins.

Entre a opulência e a simplicidade religiosa escondem-se muitos segredos. Em nome de suas crenças e interesses muitos entram em guerra e no final quem vencerá? Quem reinará os impérios celestes?

Quanto aquele conhecido como “o espírito das trevas” lutará também, ou ficará na espreita vendo os homens se digladiarem em prol de suas causas e em nome de suas religiões? Dizem que o “espírito do mau” é calculista, faz suas manobras e engana os homens que se guerreiam. Estaria ele por trás de tudo isso? E quanto a mim, o que tenho haver com isso? Nada disso me interessa, essa guerra não me pertence, não é minha. Minha luta é viver o dia a dia.

Os homens criaram seus deuses e suas crenças e os usam conforme suas conveniências; ocultam seus interesses e se guerrearem. E eu, o que tenho haver com isso? Eu não quero a guerra, não pertenço a ela, essa luta não é minha. Minha luta é suportar o dia a dia.

Kico Seridó

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Por um momento, livre pensador



Sempre busquei o entendimento do meu eu, e sempre que me encontro estou num estado de solidão. Interessante que para muitos esta palavra representa um triste estado de espírito, no entanto, eu a considero uma amiga que sempre me mostra quem realmente sou.

Não que eu seja excêntrico ou coisa do tipo. Só não tenho e nem quero a obrigação de ser igual a tantos. Rejeito a obrigatoriedade de conviver em um "mundo" que não condiz com meus ideais, anseios ou sentimentos. Recuso-me a frequentar espaços que não me dão nenhum entusiasmo, que não me mostram sentido.

Meus maiores anseios não são bens materiais. Não sinto necessidade de lutar por “status sociais”. Seria eu então um louco por pensar assim? Não me considero maluco, apenas tomei a liberdade de querer ser verdadeiramente o que exatamente neste instante sou: um livre e descompromissado pensador.

Kico Seridó

Escritos Meus


Escrever para mim é mais que o ato de redigi ou descrever determinado fato ou situação em particular. Escrevo pela necessidade de liberdade. Muitas vezes o faço até pra fugir de mim mesmo, outras para me encontrar. Muito do que escrevo só me é válido no ato de tal exercício, mostrando quem sou ou o que sinto em determinado instante.

Na maioria das vezes, meus escritos condizem com simples experiências cotidianas, ou até mesmo com algum sentimento momentâneo. Talvez isso não represente nada na vida de quem “me lê”. Seria muita pretensão minha desejar o contrário.

Escrevo sem segundas intenções. Aos olhos de muitos, o que expresso poder ter algum fundamento, ou por ventura, não tenha o menor sentido. No entanto, digo a mim mesmo que, no futuro, o que escrevo hoje me mostrará a pessoa que fui um dia.

Pode ser que eu perca o hábito de escrever, de me “descrever”, de expressar o que sinto ou o que penso. No mais, hoje escrevo não por prazer, não por amor; escrevo para não ter a sensação de auto-reclusão, e, sobretudo, faço-o para me proteger, podendo assim me libertar do peso dos meus pensamentos.

Kico Seridó